Os números de casos de dengue em Rio das Pedras assustam. De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, entre janeiro e maio deste ano foram 489 casos notificados, tendo 127 confirmados sendo autóctones (que teve origem na cidade) e quatro importados (quando a doença é contraída em outro município).
O número de notificação é sete vezes maior do que o registrado no mesmo período em 2022, que computou 69 casos. Os casos confirmados saltaram de sete para 131, um crescimento de 18,7 vezes. Se comparado com todo o ano passado, os números atuais de casos notificados já são quatro vezes maior. Os casos confirmados em todo o ano de 2022 já saltaram em 1.487,5% quando comparados com os primeiros cinco meses de 2023.
Apesar do crescimento expressivo no número de casos, a Secretaria Municipal da Saúde não tem feito o trabalho de prevenção e vistoria quando solicitado. Isso porque uma moradora da cidade, que pediu para não ser identificada por medo de represálias, teve três casos de dengue em sua casa. Ela denunciou na Secretaria da Saúde, por telefone, que um imóvel vizinho estava com grande quantidade de água acumulada, limpa e parada. Mas nenhuma atitude foi tomada.
“Solicitamos que fosse feita vistoria na casa vizinha. Ligamos várias vezes, mas ninguém veio. Ou o telefone não era atendido ou, quando atendia, falaram que iriam passar a situação para a equipe da dengue (Vigilância Epidemiológica). Não sei se tem uma equipe específica só para isso, só sei que não vieram”, conta a moradora.
De acordo com ela, no dia que ligou recebeu a informação de que o caso seria passado para a equipe da dengue verificar a situação. Se passaram alguns dias e a água acumulada permanecia da mesma forma. Voltaram a ligar várias vezes, e ainda assim não tiveram atendimento. Tiveram que contar com a boa vontade do vizinho para executar a limpeza.
Piracicaba confirma terceira morte por dengue em 2023
Piracicaba confirmou a terceira morte por dengue em 2023 na cidade na tarde desta terça-feira (11). A paciente era uma mulher com idade entre 40 e 49 anos, segundo informou a Secretaria de Saúde. O caso de morte suspeita, de acordo com a Pasta, era investigado desde junho.
O primeiro óbito de 2023 pela doença foi confirmado em paciente do sexo feminino, com faixa etária de 70 a 79 anos no dia 30 de maio e, o segundo, no dia 17 do mesmo mês, em paciente do sexo masculino, com idade entre 40 a 49 anos.
Entre 1º de janeiro e 11 de julho deste ano, Piracicaba registrou 2.814 casos de dengue e três óbitos pela doença, segundo levantamento da Vigilância Epidemiológica (VE). O número de casos da doença no período é mais que o dobro do ocorrido no mesmo intervalo de tempo em 2022, quando Piracicaba teve 1.394 notificações e uma morte.
A marca também supera e em quase o dobro o total de notificações em todo ano passado, quando o município registrou 1.443 casos e uma morte.
Ainda segundo a Vigilância Epidemiológica, foram registrados 5.356 casos de dengue e um óbito durante todo o ano de 2021.