Setembro amarelo é uma campanha desenvolvida em todo o país para alertar sobre a prevenção ao suicídio. Ao final deste mês, o Anota Aí não poderia deixar de abordar este importante tema.
Assim, entrevistamos Eliane Soares, porta voz do Centro de Valorização da Vida (CVV Piracicaba). A instituição é mundialmente reconhecida por prestar serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. O objetivo da entrevista é expor os mitos sobre assuntos relacionado ao suicídio.
O Verdadeiro – Como abordar o assunto prevenção ao suicídio com a minha familia?
Eliane (CVV) – A questão do suicídio é complexa e de múltiplos fatores. Mas é importante prestar a atenção na saúde mental das pessoas ao nosso redor. Quando uma pessoa não está se sentido bem, começa a se isolar. Vem um choro repentino sem sinal de causa aparente. São sinais de que a pessoa não está bem. Nesse caso, é importante ter um diálogo franco, fraterno, solidário, sem julgamento e sem crítica para procurar entender o que está acontecendo com essa pessoa e se for o caso buscar uma ajuda profissional.
As perdas que tive na minha vida me causa tristeza e desânimo. Isso pode me dar vontade de desistir?
Eliane (CVV) – Sim. Percebemos isso no período da pandemia onde pessoas que entraram em contato com o CVV procurando nossa ajuda, relataram que ao perder entes queridos (pai, mãe, esposo) fez com que elas perdessem a esperança. Perderam o sentido da vida. Ou seja, perdas podem gerar desânimo, angústia ou depressão e consequentemente o desejo desistir. Por isso, devemos ficar atentos para procurar ajuda de um profissional quando estivermos sem vontade de fazer nada, desanimado ou com choros frequentes.
O que posso fazer se eu me sentir sozinho e não tiver ninguém pra conversar?
Eliane (CVV) – Quando eu estou me sentido sozinho, angustiado, por que é tarde da noite, ou eu tenho vergonha de falar da minha dor, ou porque eu não confio em ninguém para falar sobre o momento que estou vivenciando, poderá ligar pro CVV. Não precisa passar nenhuma informação que a identifique: não precisa falar o nome ou a cidade. Tudo que falar vai ficar entre a pessoa e o voluntário. Poderá falar tudo que esta angustiando, tudo que faz ela sofre. O voluntário, por sua vez, vai ouvi-la sem julgamento e sem critica. Com respeito e aceitação de tal forma que poderá falar, desabafar e até mesmo chorar. Quando temos uma conversa onde podemos ser autênticos e falar tudo que esta acontecendo, gera um alivio muito grande dentro de nós.
Curso para voluntários CVV
O CVV é uma entidade humanitária de apoio emocional para valorização da vida e prevenção do suicídio, fundada há 61 anos, com cerca de 100 postos distribuídos em todo o Brasil com 3.500 voluntários. O curso são palestras e treinamento m grupo com psicólogos e mentores que oferecem dicas de como ser voluntario na instituição.
A próxima turma ocorrerá na segunda-feira (2), a partir das 19h, na Rua Ipiranga, 806, Centro de Piracicaba. O curso é gratuito. Para mais informações o WhatsApp é o (19) 3422-4111.