Profissionais de enfermagem foram à Câmara Municipal para conversar com os vereadores após a sessão ordinária realizada na última segunda-feira (6). Além de reclamar da demora em transferir aos funcionários que atuam junto ao Pronto Socorro Municipal, UBS Vitório Olívio Cezarino e Hospital São Vicente de Paulo o repasse feito pelo Governo Federal para assistência financeira complementar destinada ao pagamento do piso salarial, os profissionais questionam o posicionamento do prefeito Marcos Buzetto.
Em entrevista ao jornal O Verdadeiro, o Executivo falou da possibilidade de devolver o recurso para Brasília caso não tenha amparo jurídico para repassar o recurso à Argos Brasil, Organização Social (OS) que atua na gestão das unidades de saúde.
Rio das Pedras recebeu dois repasses do Governo Federal. Um no dia 22 de agosto, no valor de R$ 119.877,00, e outro no dia 29 de setembro, de R$ 85.960,90.
Durante a sessão camarária, a vereadora Vanessa Botam fez uso da palavra para demonstrar apoio aos profissionais de enfermagem e pedir para que os demais parlamentares ficassem para conversar com os representantes da categoria. “Sabemos que quem está na Prefeitura tem o piso salarial maior. Porém, que é funcionário da Argos precisa desse repasse. Vimos que esse dinheiro está nos cofres públicos. Precisamos, com a ajuda de todos os vereadores, saber a realidade dos fatos, o motivo da demora do Jurídico para dar esse respaldo de como vai ser”, destacou Botam.
Joaquim Cachorro afirmou que a Prefeitura deve fazer um Projeto de Lei para repassar o recurso. “Ele (o prefeito) não pode segurar um dinheiro que não é dele. É mandar esse projetinho, nós aprovamos e eles (enfermagem) vão receber. Não tem nada que segurar”, disse o vereador.
“O prefeito tem que fazer essa lei, encaminhar para o legislativo para que tenham respaldo. Faz vários e vários meses que os profissionais de enfermagem não estão tendo esse direito (de receber o repasse do Governo Federal)”, completou Vanessa Botam.
O vereador Professor Geraldo pediu a valorização da categoria: “eu sei o quanto é duro falar com o Executivo e trabalhar do jeito que eles (enfermagem) trabalham, principalmente na época da pandemia. É tão difícil trabalhar, ter o direito e não receber. O dinheiro está aí, é direito deles e têm que receber sim. Tem que agilizar sim esse projeto”.
Durante a conversa após a sessão, os profissionais de enfermagem reclamaram da demora da Prefeitura em realizar o repasse dos recursos encaminhados pelo Governo Federal para compensar o aumento do piso salarial para a categoria. Citaram outros municípios que já repassaram os recursos, tais como Mombuca.
“Ninguém fala nada para gente, só passaram uma nota (informativa). Disseram que o prefeito iria se reunir conosco para tratar disso, mas nada aconteceu. Faz quatro meses que o dinheiro chegou e não foi repassado”, disse uma das enfermeiras.
Presidente da Câmara, Bé Cecote garantiu que todos os cerca de 40 profissionais da enfermagem receberão o repasse. “Ninguém vai perder o dinheiro, vai resolver. Esse dinheiro não vai voltar para o Governo Federal”, destacou.
Os profissionais da categoria informaram que voltarão na próxima sessão da Câmara, na próxima segunda-feira (13), para continuar cobrando o repasse.