O número de mortos em enchentes no Rio Grande do Sul chegou a 163. Ainda há 64 pessoas desaparecidas. A Defesa Civil do estado registra 806 feridos e mais de 640 mil desabrigados.
A situação comoveu vários moradores de Rio das Pedras. Cada um dentro das suas possibilidades fez algo, seja doando roupas e mantimentos, seja organizando as arrecadações. Contudo, alguns foram mais longe. Viajaram mais de mil quilômetros para estar no Sul para o auxílio das vítimas.
O bombeiro civil Jhonny Casarin passou uma semana em Canoas, voltou para Rio das Pedras e ficar alguns dias com a família. No domingo voltou à Mathias Velho para auxiliar no resgate das vítimas. Além dos animais, ainda há pessoas que ficaram ilhadas, aguardando a água abaixar para retomar a vida. Contudo, com o fim dos suprimentos, não viram alternativas além de deixar suas casas. Com a água recuando em alguns pontos, o trabalho voluntário agora inclui a remoção de escombros e limpeza das residências. “Essas pessoas precisam de muito mais do que água, comida e roupas, precisam de acolhimento, ter a certeza de que não estão sozinhas”, conta Casarin.
A estudante de medicina veterinária Ana Beatriz de Souza e o médico veterinário Caíque Mathias também foram ao Rio Grande do Sul. Ficaram em uma faculdade com desabrigado e mais de 2.500 animais resgatados. Após alguns dias em Rio das Pedras, a dupla irá voltar para o Sul e continuar o trabalho carregando itens arrecadados no veículo. “É um processo que vai ser difícil de ser recuperado, mas se cada um puder fazer a sua parte já vai ajudar bastante”, disse Ana Beatriz.
Rosana Fessel Oriani e Rafaela Fessel Negretti, mãe e filha, se comoveram com os relatos dos noticiários e se candidataram junto a Defesa Civil do Rio Grande do Sul para se voluntariar. Em São Leopoldo e Novo Hamburgo, passaram três dias na beira do rio com o resgate de animais, depois três dias nos cuidados aos animais resgatados e mais três dias no auxílio aos moradores em bairros onde a água baixou e a limpeza começou. “Isso parece uma guerra, as pessoas perderam tudo. Devemos dobrar nossos joelhos perante Deus todos os dias e agradecer. O que essas pessoas estão passando não é digno de ser vivido por um ser humano”, relata Rosana Fessel.