A falta de água em Rio das Pedras está cada vez mais crítica. Alguns moradores do bairro São Cristóvão estão sem água desde quinta-feira passada, dia 23 – antes mesmo da ampliação do racionamento em sistema de 12 horas com água e 24 horas sem. Até às 20 horas de ontem (30) a água ainda não tinha chegado aos reservatórios residenciais.
Os moradores chegaram participar da sessão ordinária da Câmara na segunda-feira (27) e cobrar providências dos vereadores. Depois de muita conversa e explicações, os parlamentares se mostraram favoráveis às reivindicações para melhorias no sistema de abastecimento de água. Mas, como cabe ao Executivo colocar em prática as melhorias, cobraram a presença do prefeito Marcos Buzeto no plenário. Depois de muito tempo aguardando, receberam a notícia de que o alcaide estaria indo à captação de água do Bom Jesus junto com o superintendente do SAAE, Emerson Vieira.
Na captação, questionaram o Executivo quais soluções poderiam solucionar a questão. Entre os assuntos discutidos estiveram a concessão da autarquia para empresa privada ou estatal, perfuração de poços artesianos e abastecimento por meio de caminhão-pipa.
As ações imediatas, porém, que foram abastecer a caixa baixa (reservatório de 800 mil litros) e pressurizar a rede na rua Gerônimo Ernesto Barrichelo, próximo ao Hotel Elite, não surtiram o efeito esperado. Durante a quarta-feira (29) a água até chegou em alguns registros residenciais, mas sem força para subir nas caixas d’água.
“Na segunda-feira passou um caminhão enchendo baldes e tambores com uma água suja, fedida, que mal dava para usar para dar descarga no vaso sanitário. Na quarta a água chegou no tanque de lavar roupas, mas só consegui encher alguns poucos baldes. A água não chegou no meu reservatório, que está seco há oito dias”, relatou Adriana Paris Defavari, que mora na rua Pedro Cezarin.
Uma das medidas tomadas durante a semana foi a disponibilização de um caminhão-pipa para abastecer algumas casas durante a madrugada. Diversos moradores ficaram de plantão aguardando a chance de encher os baldes que fossem possíveis. “Depois que surgiu a história de que o caminhão passaria de madrugada, eu não tenho nem dormido direito esperando o caminhão passar”, completou Adriana, que precisa ir com a família à Piracicaba para tomar banho e lavar roupas na casa da sogra. Para conseguir cozinhar e fazem o básico, seu marido enche três galões de água a cada dois dias na torneira de seu local de trabalho.
A professora Gisele Garcia Simões comprou um tambor de 250 litros para tentar encher no chão, mas a água não enche o recipiente. “A água não sobe na caixa. O estranho é que a água chega em um quarteirão antes do meu, mas aqui não. Na quarta-feira veio um fio de água no registro, mas não sobe. Vou ter que colocar um depósito de água na garagem com uma bomba para tentar jogar a água para a caixa d’água de casa”, explicou.
Ações do SAAE – De acordo com a Prefeitura, a autarquia instalou tubulação para captar água de represas distantes, além de utilizar os caminhões pipas para encher reservatórios dos bairros, pressurizar a rede e abastecer direto as casas. Em vídeos publicados nas redes sociais dos responsáveis pelo abastecimento, é possível observar superintendente do SAAE e prefeito em locais onde estaria submersos.
Ainda de acordo com o Executivo, nesta sexta-feira terá início a perfuração de um poço artesiano junto a caixa baixa do São Cristóvão. O poço perfurado próximo a rotatória da bandeira na Avenida Elias Candido Ayres aguarda a chegada da bomba para que a água comece a ser utilizada.