Os vereadores da Câmara de Rio das Pedras receberam carta anônima denunciando o possível pagamento de horas extras e diárias para motoristas sem que o serviço fosse prestado. A correspondência chegou pelo Correio sem remetente identificado e endereço inexistente. A denúncia também aponta para um possível desvio de combustível e perseguição a funcionários.
“O roubo de combustível (ocorreu) no ano de 2021 até meados de 2022. (…) Outro rombo no cofre público foi na oficina mecânica. As perseguições sobre funcionários começaram assim que o atual prefeito tomou posse”, diz trecho da carta, que alerta: “espero que os vereadores não sejam cumplices”.
A vereadora Vanessa Botam apresentou um requerimento questionando os procedimentos de pagamento de horas extras e diárias, abastecimento dos veículos da frota municipal e manutenção dos veículos. “Tenho o dever de fiscalizar o dinheiro dos impostos pagos pelo cidadão rio-pedrense, por isso fiz o requerimento. Os questionamentos não são contra motoristas ou pagamento de diárias e horas extras. Se é feito, é porque o município precisa por falta de disponibilizar serviços em nossa cidade como procedimentos médicos. Sou contra o pagamento de horas extras não realizadas. Tudo que busquei com o requerimento são informações dos procedimentos da Prefeitura”, explica Botam.
Ao se posicionar sobre o requerimento, o presidente da Câmara Bé Cecote afirmou que não aceita denúncia anônima: “anônima eu nunca aceitei e nunca vou aceitar na minha vida. Se a pessoa não tiver coragem de dar o nome aqui, nenhum vereador deveria aceitar”, disse ao confirmar que rasgou a correspondência recebida. Joaquim Afonso também afirmou que denúncia anônima não tem validade, rasgou a correspondência e jogou no plenário.
O vereador Nabuco ressaltou que, independente de denúncia, fazer requerimento faz parte do papel de vereador. “Como eu sei que as respostas chegarão sem nenhuma irregularidade, o meu voto é sim ao requerimento”, se posicionou.
Ainda sem concordar com o requerimento, Bé Cecote disse que fazer questionamentos ao prefeito é uma forma de prejudicar a administração municipal. “Requerimento é o que faz para complicar o prefeito, para dar trabalho. O primeiro mandato que fui eleito junto com o Vitorinho (ex-prefeito) e o prefeito (eleito) era o Marquinho, eu era contra, colocava 20 requerimentos por dia, só para encher o saco dele”, declarou.
O requerimento foi rejeitado por seis votos contra (Edison Marconato, professor Geraldo, Joaquim Afonso, Nivaldo do Depósito, Zé do Paulo e Max Prestes) e dois votos favoráveis (Nabuco e Vanessa Botam).