Alguns poucos anos atrás, o jornal O Verdadeiro publicou notícias sobre as pesquisas feitas por Gustavo Marrano (Guma) sobre sua família. Foi quase um ano dedicado a buscas de informações e análise de documentos que culminaram na escrita de um livro digital com quase 500 páginas. Também foi produzido documentário caseiro com depoimentos de familiares do Brasil, Itália e Austrália.
Após tantas descobertas, inclusive primos de primeiro grau de seu pai –Francisco Eduardo Marrano – que moravam na Itália e Austrália e que nunca souberam da existência. Pai e filho resolveram organizar uma viagem para Itália e conhecer todos os parentes.
O pai de Eduardo, que no Brasil passou a ser chamado de Miguel Marrano (entre os amigos, “Cona”), teve vários irmãos por parte de pai. Sua mãe, Maria Rosa Troccoli, faleceu muito jovem e seu pai se casou com a cunhada. Tiveram seis filhos. Os familiares do Brasil nunca souberam ao certo quem e quantos foram, até porque os meios-irmãos eram pequenos e alguns ainda nem nascidos quando “Cona” imigrou pro Brasil.
Com a ida de Gustavo e Eduardo para Itália, primos que moravam na Austrália desde os anos 60 também ficaram empolgados com a possibilidade de conhecer os familiares brasileiros. Assim, programaram a viagem para que todos se encontrassem no Velho Continente.
Mal sabiam, porém, que uma bela festa estava sendo organizada na cidade natal de “Cona”, Tramutola, que fica no sul da Itália, na região da Basilicata. Um belo almoço com comidas típicas locais, vinhos caseiros, bandeiras do Brasil e Itália, além de um bolo e cardápio personalizados com imagens das bandeiras brasileira, italiana e australiana, além de brasões de Rio das Pedras, Tramutola e Melbourne, bem como a capa do livro.
“Uma emoção indescritível! Era meu sonho de criança conhecer Tramutola, pois desde muito pequeno ouço meu pai e familiares falarem sobre este lugar que meu avô nasceu. Foi muito emocionante fazer as pesquisas, descobrir coisas bem antigas que nem mesmo os familiares da Itália tinham ouvido falar. Mais do que isso, realizar este sonho com meu pai e, ainda, ser recebido com uma festa daquela, foi para fechar um ciclo com chave de ouro”, conta Guma.
“Meu pai não era de contar muita história da época que ele ainda morava na Itália, então nunca soubemos muita coisa. A família sempre teve curiosidade em saber um pouco mais do passado. Então, Guma fez um trabalho muito bonito. Ele também escreveu um pequeno livro, um resumo de toda pesquisa que fez, e ele mesmo traduziu para o italiano. Mandou imprimir 20 exemplares e levamos para presentear os primos. Além disso, ainda fomos recebidos pelo prefeito da cidade, Luigi Marotta, que, sabendo da história, quis nos conhecer pessoalmente”, conta Eduardo Marrano.