Após 19 meses, ossos continuam amontoados no Cemitério Municipal

Após 19 meses, ossos continuam amontoados no Cemitério Municipal

O Cemitério Municipal de Rio das Pedras foi preparado para receber as pessoas que visitam os túmulos de seus entes queridos no Dia de Finados. Guias, sarjetas e vagas de estacionamento foram pintadas pela Prefeitura. Responsáveis pelos jazigos cuidaram da limpeza e fizeram pequenos reparos. Contudo, o ossário segue do mesmo jeito que há 19 meses, com sacos de ossos empilhados em uma pequena sala.

Em abril de 2022, a reportagem do jornal O Verdadeiro esteve no Cemitério Municipal e encontrou o Ossário sem gaveteiros disponíveis para depositar restos mortais. Sem espaço, os ossos retirados das gavetas estavam sendo colocados em sacolas plásticas, amontoadas no chão com um pequeno papel escrito à mão para identificar o corpo. Baratas mortas pelo chão do Ossário mostravam que os pequenos pedaços de papel não duram por muito tempo. Como consequência, a identificação dos restos mortais se perde, impedindo a localização da ossada ensacada.
No Dia de Finados do ano passado, a situação permanecia a mesma. Contudo, a Prefeitura havia informado à reportagem que um novo ossário seria construído em área próxima a antiga Garagem Municipal. Um ano depois, nada foi feito.

A pilha de ossos parece aumentar. Os papéis de identificação já perderam a tinta da caneta que escreveu os nomes da pessoa que ali enterrada e hoje jogada em um saco plástico. A tarefa de localizar um ente querido, seja para homenageá-lo ou até mesmo por questões legais, se tornou praticamente impossível.

Os ossos empilhados estavam nas gavetas disponibilizadas pelo município para famílias sem condições de adquirir jazigos para enterrar seus pais, mães, avós e filhos. Devido a falta de espaço nessas gavetas, os corpos depositados há mais tempo são retirados e seu destino deveria ser o Ossário, em local adequado e não empilhados em sacos sem identificação.
De acordo com o termo assinado pelos familiares, o corpo permanece nas galerias por 5 anos, podendo ser retirados após esse período em caso de haver a necessidade de novos sepultamentos de famílias carentes.

A superlotação do Cemitério também está nas quadras dos túmulos. Jazigos foram abertos onde antes havia caminhos para familiares visitarem o local onde seus entes queridos foram enterrados. Em alguns casos, para se chegar à sepultura da família é necessário ter elasticidade e até mesmo passar por cima de outros jazigos.

Questionado, até o final desta edição, o prefeito Marcos Buzetto não informou o motivo de não executar a construção do novo ossário e nem deu novo prazo para a conclusão da obra. O prefeito também não informou o que será feito com os ossos enquanto o ossário não é construído.
A reportagem do Verdadeiro também perguntou como é feita a venda dos túmulos no Cemitério e se existe mapeamento para identificação, mas também não houve resposta.

Doação
Recentemente, a praça na frente do cemitério foi revitalizada, com serviços de jardinagem. Em um dos pontos, o empresário Moacir Urbano doou mudas de plantas e areia, que foram utilizadas pelos funcionários do cemitério para ornamentar o local.

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