Os temporais que atingem o Rio Grande do Sul já provocaram 83 mortes, de acordo com o boletim divulgado pela Defesa Civil na manhã desta segunda-feira (6). São investigadas outras quatro mortes. Além disso, há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
Conforme o levantamento da Defesa Civil, são 141,3 mil pessoas fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (nas casas de familiares ou amigos). Ao todo, 345 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Ações de solidariedade são realizadas por todo Brasil. Em Rio das Pedras, a empreendedora Adriele Pereira organizou um ponto de coleta de donativos para ajudar. Entre os materiais arrecadados para doação estão fraldas infantis e geriátricas, produtos de limpeza, produtos de higiene pessoal, roupas, cobertores, ração para pets e leite em pó.
“Aceitamos doações de roupas, alimentos não perecíveis, produtos de higiene pessoal e qualquer outro item que as pessoas possam contribuir. Para mais informações ou para agendar uma entrega, entre em contato pelo número (19) 99904-6495”, explica Adriele Pereira por meio de suas redes sociais.
Também foram fixados seis pontos de coleta de arrecadação:
- Rua Maria de Lourdes M. do Canto Cezarin, n. 156, Vitório Cezarino (Sem Terra);
- Rua Monsenhor Gallo, n. 5, Centro;
- Avenida Elias Cândido Ayres, n. 356, São Cristóvão;
- Rua Prudente de Moraes, n. 103, Centro;
- Rua Dr. Mário Tavares, n. 543, Centro;
- Agência dos Correios.
No sábado (11), haverá uma ação solidária de arrecadação, em frente a Igreja Matriz, a partir das 9 horas.
Uma dica para quem deseja ajudar com doações, para facilitar o processo de separação nos postos de coleta de donativos, é identificar as sacolas com uma etiqueta ou fita colorida. Descrever se dentro das sacolas há roupas masculinos ou femininas, adulto ou infantil e o tamanho das peças auxilia aos voluntários para agilizar o processo de organização.
“Comecei a ver um movimento na internet de pessoas reclamarem de política, do show da Madona, falar de mil assuntos aleatórios e não estava ouvindo nenhuma movimentação das pessoas, inclusive aqui na cidade, para fazer arrecadação e ajudar. É um momento para nos unirmos e ajudar as pessoas. No fim, quem precisa é quem está lá no meio da água, com a família desaparecida, com os filhos desaparecidos”, relata Adriele Pereira, que resolver tomar a iniciativa ao perceber que não havia qualquer movimento de ajuda em Rio das Pedras e, além disso, se planeja para ir ao Rio Grande Sul se voluntariar no acolhimento das pessoas, em especial de crianças.
A empreendedora orienta ainda que uma forma rápida e segura de contribuir diretamente para os esforços de ajuda com valores financeiros devem ser feitos através de PIX no canal oficial do governo, por meio da chave PIX 92958800000138 (CNPJ).
“Compartilhe com seus amigos e vamos aumentar essa corrente. Cada pequeno gesto de solidariedade faz a diferença”, finaliza Adriele.
Previsão do tempo
A previsão de chuva para a partir da metade desta semana em áreas já castigadas por temporais volta a deixar o estado em alerta. De acordo com a Climatempo Meteorologia, o avanço de nova frente fria volta a provocar aumento nas condições de pancadas fortes de chuva. A possibilidade de aumento do frio pode dificultar os resgates.
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15 desta segunda-feira (6), o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
O governo decretou estado de calamidade, situação que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.
A Defesa Civil colocou a maior parte das bacias hidrográficas do estado com risco de elevação das águas acima da cota de inundação.
Causas dos temporais
Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de, ao menos, três fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, há previsão de mais chuva.
A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.